Exposição: Livros de Artista #3
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Livros de Artista #3 - Extensão da exposição da Coleção Luís Ferreira — Insistência ou Representação Metafórica da Premência"Para mim, e nas minhas reflexões quotidianas, os livros de artista são considerados objetos únicos, muito particulares e pessoais que desafiam as noções tradicionais de “livro” e de “arte”. Não os vejo apenas como meios de disseminação de informações e ideias, mas como uma forma de expressão artística que incorpora vários aspetos visuais, tácteis, objectuais e também conceptuais de um modo de operar idiossincrático e com uma lógica intrínseca muito personalizada.Os livros de artista distanciam-se muitas vezes da forma convencional, explorando diferentes formatos, materiais e técnicas inovadoras que se distanciam, a meu ver, cada vez mais de um compêndio, ou de um volume devidamente encadernado. No meu caso em concreto, os livros podem incluir intervenções manuais, colagens, fotografias, coleções de imagens, desenhos mais técnicos e construtivos e ainda outros expressivos de pensamento irracional, livre e poético; textos fragmentados, anotações e outros elementos que fazem parte da minha experiência artística enquanto processo de trabalho. Além disso, os livros de artista podem ser vistos como uma forma de documentação constante e incisiva da minha prática artística, permitindo uma partilha do meu processo criativo. Agem como uma extensão da minha prática artística, oferecendo uma nova plataforma para alcançar um possível pensamento crítico e autorreflexivo sobre o meu processo, de modo a equacionar e a documentar obras não realizadas e outras ideias, assim como novos pontos de partida. Tudo isto de uma maneira mais acessível e simultaneamente intimista. Também acho pertinente associar a isto os conceitos de “arquivo” e “investigação artística” que estão cada vez mais interligados no campo das artes e da pesquisa cultural. Os artistas contemporâneos exploram frequentemente a ideia de arquivo no seu trabalho, utilizando práticas que investigam sobretudo a memória, a documentação e a preservação. A exploração desses arquivos permite manipular, reinterpretar ou criticar a narrativa armazenada, criando novas abordagens e ideias que refletem ou desafiam essa memória. Além disso, a própria prática de arquivar pode ser uma forma de investigação artística, à medida que os artistas procuram entender e categorizar as suas próprias produções e processos criativos. Estes livros servem acima de tudo como um espaço de experimentação e documentação, onde se podem explorar ideias que não foram concretizadas, registar processos criativos e, ao mesmo tempo, questionar todo o sentido dessa procura constante que é o trabalho diário que desenvolvo enquanto artista."
A extensão da exposição Coleção Luís Ferreira — Insistência ou Representação Metafórica da Premência para a Biblioteca Municipal António Botto mostra agora, nesta 3.ª exposição, trabalhos de Rodrigo Oliveira que se integram no objeto desta e das participações anteriores: o interesse dos artistas pelo Livro de Artista / Registo Gráfico. As obras apresentadas nestas pequenas mostras não fazem parte da Coleção Luís Ferreira; contudo, os seus autores estão nela representados, mantendo assim o diálogo com as peças expostas no miaa até ao final da exposição. Continuará incluída uma obra do artista Pedro O Novo, intitulada “Cesário Verde”, presente na sala de leitura da Biblioteca, onde se poderá consultar algumas das obras do poeta representado na peça, pertencentes à Biblioteca António Botto. Isabel Vaz Lopes Curadora |
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Todas as datas
- De 2024-09-21 16:00 a 2024-11-23 18:00
Local
Biblioteca Municipal António Botto
Telefone
241330100
E-mail
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